Diário de Bordo - Aula 15: Finanças Sustentáveis e Taxonomia Verde
- YCL info
- 15 de mai.
- 3 min de leitura
A gente chegou num ponto onde não dá mais pra ignorar a forma como o dinheiro é usado. O mundo está mudando, a população está crescendo e a demanda por recursos está imensa. Se continuarmos nesse caminho, a conta não vai fechar. É aí que as finanças sustentáveis e a taxonomia verde entram em cena, como ferramentas essenciais para se construir um futuro melhor.
Em nossa décima quinta aula do Curso YCL Mudanças climáticas: panorama, desafios e oportunidades para jovens profissionais, destrinchamos um tema super importante no mundo das finanças e da taxonomia verde. A aula foi ministrada pelo Leonardo Lima (Consultor em finanças climáticas no Climate Group) e Vitor Duarte (Vice-Diretor Executivo da BRASFI) (saiba mais sobre eles no fim deste texto).
Mas, afinal, o que são essas finanças sustentáveis? É simples: é quando a gente pensa em dinheiro levando em conta o impacto que causa no meio ambiente, na sociedade e na forma como as empresas são administradas. Não dá mais pra pensar só no lucro a qualquer custo, tem que pensar no que está sendo deixado para as próximas gerações. É colocar a sustentabilidade no centro das decisões financeiras, buscando tanto o retorno quanto o bem-estar do planeta e das pessoas.
E como funciona investir de forma sustentável? Tem várias formas, e cada investidor escolhe a que mais combina com seus valores. Há o investidor mais tradicional, que só se importa com o retorno financeiro e ignora as práticas de sustentabilidade ou ESG das empresas, até quem prioriza projetos que ajudam a resolver problemas sociais ou ambientais, mesmo que o lucro não seja tão grande. Algumas estratégias comuns incluem integrar o ESG na análise financeira, ou seja, analisar se a empresa se preocupa com o meio ambiente, a sociedade e a governança antes de investir; evitar colocar dinheiro em empresas que fazem coisas que a gente considera erradas; e o investimento de impacto, que é colocar dinheiro em projetos que geram um impacto positivo no mundo, mesmo que o retorno financeiro não seja o principal objetivo.
Para sabermos o que é realmente "verde" nesse mundo das finanças, é preciso de regras claras. É aí que entra a taxonomia verde, que define critérios técnicos para as atividades econômicas serem consideradas ambientalmente sustentáveis. Ela fornece uma estrutura para investidores, empresas e governos saberem onde alocar o dinheiro, ajudando a direcionar o capital para projetos e empresas que contribuem para a mitigação das mudanças climáticas, a adaptação aos seus impactos e a outros objetivos ambientais.

Um exemplo é a Taxonomia Verde da União Europeia, que estabelece seis objetivos ambientais e critérios rigorosos para as atividades econômicas serem consideradas sustentáveis. Para uma atividade ser considerada verde, ela tem que contribuir para pelo menos um desses objetivos, não prejudicar significativamente os outros e seguir regras sociais básicas.
E o Brasil nessa história? A gente também está se movendo! O país tem o Plano de Transformação Ecológica (PTE), que busca integrar políticas públicas, instrumentos financeiros e incentivos para tornar a economia mais verde e justa. Além disso, o Brasil está desenvolvendo a Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB), que será o guia para definir o que é sustentável, abrangendo uma ampla gama de objetivos ambientais e sociais.
Em resumo, as finanças sustentáveis e a taxonomia verde são ferramentas essenciais para a construção de um futuro melhor. Elas nos ajudam a direcionar o dinheiro para projetos e empresas que fazem a diferença, tanto para o nosso bolso quanto para o planeta. Precisamos abraçar essas ideias, tanto como investidores quanto como consumidores e cidadãos, para garantir que todo mundo tenha um futuro bom e sustentável.
Saiba mais sobre as palestrantes:

Leonardo Lima
Profissional experiente com mais de 6 anos de experiência na condução de investimentos sustentáveis em mitigação e adaptação climática em países emergentes. Bacharel em Engenharia Ambiental, MBA em ESG e Impacto e MSc. em Corporate Sustainability and Environmental Management pela University of York (Reino Unido) com bolsa Chevening. Professor de Pós-graduação no INBEC, Diretor Executivo da BRASFI (Aliança Brasileira de Finanças e Investimentos Sustentáveis) e Consultor em finanças climáticas na Climate Group.

Vitor Duarte
Engenheiro de Produção com experiência nas áreas de finanças sustentáveis, análise de estratégias para transição climática, investimentos de impacto e estratégia ESG. Atuou na Resultante Consultoria ESG, na área de Impact & ESG Investing, e na KPMG Brasil, no setor de Governance, Risk & Compliance (GRC) ESG para serviços financeiros. Atualmente, é Analista de Transição Climática no Climate Finance Hub Brasil e Vice Diretor Executivo da BRASFI (Aliança Brasileira de Finanças e Investimentos Sustentáveis).
Texto escrito por Enock Galdino, Publicitário e participante da 12a edição do Curso YCL Mudanças climáticas: panorama, desafios e oportunidades para jovens profissionais.
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