top of page

Diário de Bordo Aula 8 - Economia do clima: o Brasil hoje



Será que a Economia pode ser parte da solução para a crise climática?


Essa pergunta ecoou na minha cabeça depois da aula do Curso YCL Mudanças climáticas: panorama, desafios e oportunidades para jovens profissionais. Costumamos associar economia com a exploração, mas ela também pode ajudar a construir um futuro mais sustentável. Foi o assunto da aula de Economia do Clima: O Brasil Hoje, palestrado por Anna Mortara, economista e administradora pública (saiba mais sobre a palestrante no fim deste texto).


Para começar, conhecemos a chamada "bíblia da economia do clima", o Stern Review (2006). Um relatório que me marcou por uma ideia muito simples e ao mesmo tempo brutal: não fazer nada pode sair até 20 vezes mais caro do que agir agora. Ou seja, a inação tem um preço altíssimo — que já começamos a pagar.


O Brasil possui grande potencial. Enquanto a Europa aposta forte em eletrificação (solar, eólica, fundos verdes), aqui podemos ter soluções diversas. O uso de biocombustíveis, por exemplo, além de gerar energia, pode também requalificar o solo degradado. Uma solução que conversa com o território e respeita suas particularidades.


Mas claro, nem tudo são flores. Ainda existem economistas e gestores públicos que tratam políticas ambientais como "pedágios", como se fossem apenas um obstáculo caro para o desenvolvimento. Só que a economia do clima é muito mais do que isso — ela é uma maneira de precificar os impactos, de entender externalidades (efeitos colaterais não intencionais, como a poluição), e de direcionar investimentos de forma mais justa e eficaz.


Falamos ainda sobre bens públicos e comuns. A atmosfera, os rios, as florestas, os recursos de pesca... todos eles pertencem a todos, mas acabam sendo cuidados por ninguém. Quando um empreendimento causa um desastre, como os de Brumadinho e Mariana no estado de Minas Gerais, o custo não é só ambiental, mas humano — e social. E quem paga essa conta, no fim, é a população.


Outro conceito que me fez refletir foi o do custo social do carbono. Traduzindo: qual o valor dos danos causados por uma tonelada de CO2 emitida na atmosfera? Essa conta é essencial para criar políticas de precificação do carbono e tornar mais real e palpável a urgência da transição para uma economia de baixo carbono. No meio disso tudo, uma luz: os financiamentos verdes. Com apoio financeiro certo, é possível impulsionar energias renováveis, conservar ecossistemas e gerar empregos sustentáveis.


O Brasil já deu alguns passos, mas o cenário global está se tornando mais fragmentado. A pergunta que fica é: vamos conseguir alinhar economia e sustentabilidade antes que seja tarde demais?


Saiba mais sobre a palestrante:



Anna Mortara:

Economista e administradora pública especializada em avaliação e políticas climáticas. Teve experiências em nível local, nacional, regional e global; contribuindo com o setor público, organizações multilaterais, think tanks e sociedade civil (pro bono). Em seus últimos projetos, participou de processos de apoio a tomada de decisão do Banco Mundial (Evaluation on Private Capital Mobilization for Climate Action) e do Governo Brasileiro (Força-tarefa ao Plano de Transformação Ecológica), por meio de inputs técnicos e escuta de atores. Ministrou aulas a convite na FGV e no Insper e é mentora de jovens profissionais.


Texto escrito por Ana Clara Caldas, Publicitária e participante da 12a edição do Curso YCL Mudanças climáticas: panorama, desafios e oportunidades para jovens profissionais.


Comments


YCL_SIGLA_P.png

FALE COM A YOUTH CLIMATE LEADERS (YCL)

© 2024 by Youth Climate Leaders.

  • Instagram
  • LinkedIn
  • Facebook
  • Youtube

R. Paulistana, 595 - Sumarezinho, São Paulo - SP, 05.440-001

CNPJ 04.845.365/0001-78

info@youthclimateleaders.org
(51) 99249-6950

bottom of page