Diário de Bordo - Aula 6: Saberes Indígenas para a Biodiversidade e Conservação
- YCL info
- 7 de mai.
- 2 min de leitura

Primeiro: que aula! Passamos por conhecimentos práticos de Biodiversidade e Conservação das florestas, tivemos trocas entre palestrantes e participantes, vivências e experiências de vida que geraram conexões e networking. Os palestrantes foram Israel Vale, biólogo indigenista, e Oyago Suruí, indígena do povo Paiter Suruí, atuante como monitor da biodiversidade (saiba mais sobre os palestrantes no fim deste texto). Agora vamos aos conteúdos:
Logo no início da aula, ficou claro que há uma diferença fundamental entre a ciência ocidental e os saberes indígenas. Enquanto um pesquisador trabalha a partir de dados e métodos científicos, os povos indígenas carregam um conhecimento ancestral, que vai além da observação empírica e se conecta com a espiritualidade e a cosmovisão do seu povo.

Foto captada através de um vídeo sobre povos indígenas gerada através de plataforma de inteligência artificial
Um dos pontos mais impactantes foi o conceito de território como algo vivo, onde cada ser tem sua importância, desde as minhocas até as grandes árvores. O PGTA (Plano de Gestão Territorial e Ambiental), ferramenta de mapeamento para grandes territórios utilizado pelos povos Suruí, surge como forma de integração dos saberes tradicionais e do uso científico, mantendo a floresta em pé e respeitando sua dinâmica natural.
Oyago ressaltou como os povos indígenas da sua geração estão incorporando tecnologias para fortalecer sua autonomia. O povo Suruí, por exemplo, foi pioneiro na implementação do mercado de carbono. Utiliza celulares, notebooks, GPS e até imagens de satélite para monitorar e conservar seus territórios. Essa fusão entre conhecimento tradicional e inovação tecnológica contribui para a diminuição do desmatamento, entre outras mazelas.
Na roda de debates com os alunos, foram abordados temas como letramento racial e inteligência artificial, e como a incorporação dessas tecnologias podem contribuir. A Alcineide, colega participante do curso, indigena e falante da língua Tucana, compartilhou sua história e trouxe reflexões valiosas sobre como tornar mais acessíveis as vozes indígenas.
Foi uma aula daquelas que marcam. Reflexiva, inspiradora e cheia de conexões. E também mostrou que instituições, como a YCL, podem abrir espaço para a autonomia e o protagonismo indígena com tais debates e espaços.
Saiba mais sobre os palestrantes:

Oyago Suruí
Indígena do povo Paiter Suruí, atuante como monitor da biodiversidade na T.I Sete de Setembro no município de Cacoal, em Rondônia. Jovem Líder e guia no espaço complexo Yabnaby e membro da rede de comunicação do coletivo Lakapoy.

Israel Vale
Biólogo, indigenista, defensor dos direitos socioambientais. Tem lutado pela conservação da floresta e defesa das comunidades e povos da floresta na Amazônia, auxiliando na busca por autonomia e protagonismo na gestão de seus territórios.
Texto escrito por Ana Clara Caldas, Publicitária e participante da 12a edição do Curso YCL Mudanças climáticas: panorama, desafios e oportunidades para jovens profissionais.
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